17 de Novembro, 2022
O armazenamento de vinhos em bolsas e em embalagens de cartão, conhecido como bag in box, pode não ser uma novidade. A sua popularidade e respeito entre especialistas, por outro lado, são mais recentes. Na verdade, a técnica foi criada na década de 50, para o armazenamento de líquidos, mas logo passou a ser utilizado pelos produtores de vinho, pois ampliava a durabilidade dos produtos, mesmo depois de abertos.
Com o tempo, esse tipo de embalagem se tornou uma alternativa não só mais sustentável, como mais prática e inteligente. Os consumidores perceberam isso e o mercado também. Hoje, importantes produtores, mesmo os mais tradicionais, já comercializam seus vinhos também em versão bag in box. Aos poucos, os apreciadores de vinho , mesmo os mais exigentes, começam a se desfazer dos preconceitos. Para quem consome lentamente, este tipo de embalagem só tem vantagens!
Nesse artigo vamos explicar o que é a bag in box, sua origem, principais qualidades e marcas portuguesas de vinhos que já trabalham com esse formato. Por fim, apresentamos a LEKUBI, empresa parceira da Atlantic Bridge e do clube Atlantic Lovers.
Leia também: Conheça o Top 10 de Vinhos Portugueses em 2022!
A tradução diz tudo. A bag in box é uma embalagem formada por uma bolsa, dentro de uma caixa para transporte. Também possui um bico, que pode ser uma simples tampa, um conector ou uma torneirinha, dependendo do produto a ser transportado. No caso dos vinhos, é utilizada uma torneirinha aliada ao sistema de vácuo. O líquido sai (e o saco vai “emagrecendo”), sem permitir que o ar entre na bolsa e oxide o produto, alterando suas propriedades e sabor.
Desse modo, a durabilidade de um vinho aberto que esteja armazenado neste formato é bem maior do que na tradicional garrafa de vidro. Diferentes marcas de bag in box utilizam técnicas e materiais com variados níveis de sofisticação. Consequentemente, esta durabilidade também pode ser variável, de 4 semanas a 2 meses, dependendo da qualidade da embalagem. Sua capacidade costuma ser de 3 a 10 litros. Também existem caixas com duas ou mais bolsas e torneiras: um estímulo à variedade.
Curiosamente, a embalagem foi criada para o transporte de fluidos de bateria automotiva. Logo foi incorporada pela indústria alimentícia e teve sua tecnologia aprimorada, assim como o seu design. Atualmente é utilizada para o armazenamento de diferentes líquidos, água, sucos, azeite, drinks prontos, entre outros.
Outro ponto importante da bag in box é a sustentabilidade. Você sabia que cerca de 29% da pegada de carbono na cadeia produtiva do vinho se concentra na fabricação da embalagem de vidro? A produção das bag-in-box, assim como o seu transporte e reciclagem, emitem índices mais baixos de CO2 na atmosfera quando comparado ao vidro. Países ecologicamente conscientes, como a Suécia, a Noruega e a Dinamarca foram os primeiros a adotar a embalagem. Atualmente, ela representa 60% do consumo de vinhos desses países.
Por essa razão, já existem esforços, em diferentes países do mundo, no sentido de reduzir os impostos cobrados sobre os produtos comercializados em bag in box para estimular a migração para este formato.
A durabilidade proporcionada pela embalagem leva a outras questões. Uma delas é a moderação. O consumidor já não é obrigado a ter pressa, ou beber a garrafa toda porque sabe que ela vai “estragar”. E pode se dar ao luxo de fazer aquilo que os médicos há anos recomendam: uma taça de vinho ao dia.
Do ponto de vista dos proprietários de bares e restaurantes, esta mesma durabilidade significa a possibilidade de oferecer maior variedade de opções aos seus clientes. O vinho comercializado “a copo” é uma realidade em Portugal, onde o consumo é elevado. Mas isso não acontece em todo o mundo. Muitos comerciantes só vendem vinhos em garrafas, especialmente os mais caros, para evitar prejuízo. Já pensou como essa novidade pode democratizar o acesso a diferentes tipos e qualidades de vinhos?
Por muito tempo os vinhos comercializados em embalagem de papelão foram alvo de preconceito. E há razões para isso. Antigamente (mas não há tanto tempo assim) os vinhos nesse formatos eram produtos baratos e de má qualidade. Na maior parte dos casos, eram provenientes de regiões sem grande tradição viníca e eram vendidos como “vinho de mesa”. Categoria que não obriga à identificação do local de origem do conteúdo do pacote. Esse cenário mudou drasticamente nos últimos anos, e por algumas razões:
Hoje já existem premiações voltadas para esse formato específico. O “Concours International Wine in Box” é um deles. Acontece todos os anos em Toulouse, na França. Durante dois dias, um júri formado por enólogos e sommeliers faz um prova cega de mais de 500 bag in box para eleger os melhores.
O interesse do mercado externo pelos vinhos armazenados em bag in box fez com que importantes produtores, e prestigiados enólogos reavaliassem a alternativa. Hoje já é possível encontrar vinhos tão renomados quanto Periquita, Altano, Montado, Bipartito, Monte da Ravasqueira, Quinta da Carregosa, entre outros. Cada vez mais o formato ocupa as prateleiras de supermercados portugueses. Muitos outros produtores de nome já comercializam parte (mercado externo) da sua produção nestes formatos. Entre eles: João Portugal Ramos, Casa Ermelinda Freitas, a maioria das cooperativas alentejanas e a cooperativa de Almeirim.
Enquanto muitas marcas de vinho buscam se adaptar e criar versões embaladas em bag-in-box, existem empresas que funcionam como plataformas, realizando uma curadoria e oferecendo uma seleção de vinhos de qualidade ao consumidor. O LEKUBI* é uma plataformas neste modelo, que leva para o mercado brasileiro vinhos portugueses de alto padrão, produzidos por importantes vinícolas e assinados pelos mais respeitados enólogos. Eleito um dos melhores bag in box do mundo, acaba de ganhar uma medalha de ouro no “Concours International Wine in Box “.
No Brasil, o segmento bag in box ainda representa cerca de 1% das vendas. A LEKUBI chega a esse mercado com 09 rótulos de vinhos portugueses de alto padrão ( 07 tintos, 01 branco e 01 rose ). São vinhos que já existem no modelo tradicional em garrafa de vidro. No design bag-in-box traz um QR Code com vídeos onde os próprios enólogos apresentam as suas vinícolas e falam sobre as características dos seus vinhos. “A ideia é fazer com que as pessoas, no momento da degustação, sejam transportadas para o ambiente onde aquele vinho foi produzido”, explica Ricardo Braga, um dos fundadores da KEKUBI. A boa forma de unir a tradição com a modernidade.
Vinhos Tintos
Sadino Tinto 2020
Incantum
Monte da Ravasqueira Superior
Ravasqueira Reserva da Família
Herdade da Barrosinha
Quinta da Carregosa Colheita
Quinta da Carregosa Vinhas Velhas
Vinho Branco
Herdade da Barrosinha
Vinho Rosé
Herdade da Barrosinha 2020
Os vinhos em embalagem bag-in-box chegaram para quebrar paradigmas e ficar – para sempre. Estima-se que no futuro, só serão engarrafados vinhos de valor elevado (algo a partir de 30 euros). Os restantes serão consumidos assim, de forma sustentável e descomplicada. Ideal para quem consome vinho diariamente e para a comercialização de vinhos em taça. Com um ótimo custo-benefício e durabilidade, crescer no mercado é só uma questão de tempo. Pouco tempo!
Autor:
Atlantic Bridge