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Portugal é um lugar bom para morar? Veja se o país é para você

13 de Dezembro, 2022

Portugal é um lugar bom para morar? Veja se o país é para você

Portugal já esteve nos seus planos? Ou é um sonho novo? É certo que o país virou o destino de muitos estrangeiros.
Has Portugal ever been in your plans? Or is it a new dream? It is certain that the country has become the destination of many foreigners.
Leitura: 11 min

Portugal já esteve nos seus planos? Ou é um sonho novo? É certo que o país virou o destino de muitos estrangeiros. Mas será que Portugal é um lugar bom para morar? É o ideal para você? Vem, vamos descobrir.

Portugal é um lugar bom para morar e ter qualidade de vida

Isso não é novidade, na verdade é um dos motivos que mais atrai os estrangeiros, sobretudo brasileiros, que vêm morar no país: a qualidade de vida, e principalmente a segurança.

A segurança em Portugal é visível, e pode ser sentida no dia a dia da vida no país. E essa sensação de segurança é confirmada pelos números oficiais.

De acordo com os dados do Global Peace Index, o ranking mundial que avalia a segurança nos países, Portugal é um dos mais seguros do mundo. Atualmente, na edição de 2022, o país ocupa a 6ª colocação (ficando atrás apenas de Áustria, Dinamarca, Irlanda, Nova Zelândia e Islândia).

Portugal é um bom lugar para morar

A saúde pública em Portugal é utilizada pela maioria da população

A saúde pública em Portugal, que fica a cargo do Sistema Nacional de Saúde (SNS), é de qualidade e é usada por quase toda a população. Os utentes (como são chamadas as pessoas inscritas no SNS) têm direito a fazer a inscrição em um centro de saúde e têm um médico de família responsável pelo seu atendimento.

É verdade que nem sempre há médicos de família disponíveis para todas as pessoas, mas isso não chega a ser um problema, já que o atendimento por um médico plantonista é sempre garantido nos centros de saúde. E o atendimento de urgência nos hospitais também.

Isenção de taxas moderadoras

Além disso, em 2022 todas as taxas moderadoras foram extintas. Essas taxas eram pagas pela população para ter acesso aos atendimentos médicos, como consultas e realização de exames. O valor era muito acessível, mas agora os atendimentos são todos gratuitos.

Hoje em dia, a única taxa cobrada é o acesso ao serviço de urgência aos hospitais sem encaminhamento prévio do SNS. Mas ainda assim, se o paciente precisar ser internado, não há cobrança de taxa.

Como funciona o atendimento?

Em Portugal, o SNS adota o sistema de atendimento primário. Ou seja, o primeiro passo do paciente deve ser fazer uma consulta com o seu médico de família. Se for possível, o próprio médico de família toma as providências necessárias para o tratamento.

Se não for, o paciente é encaminhado pelo sistema público para um médico especialista ou para a realização de exames, conforme a necessidade.

Portanto, vale a pena saber que através da saúde pública de Portugal não é possível marcar uma consulta diretamente com um médico de especialidade. E também não é possível escolher o médico que vai fazer o atendimento.

Seguro de saúde privado

Então, se você quiser ter a possibilidade de marcar uma consulta com o profissional que preferir ou mesmo se quiser consultar um especialista diretamente, saiba que é preciso se preparar e reservar um dinheiro para pagar por um seguro de saúde.

Com um seguro privado, você tem liberdade para escolher os médicos e hospitais onde vai consultar.

Prédio do Hospital Santo António
O Hospital Santo António, no Porto, faz parte do sistema de saúde pública do país

Mas vale mais um alerta: os seguros de saúde disponíveis em Portugal são diferentes dos planos de saúde de outros países. Por aqui, você contrata um seguro (que tem o valor médio de 30€, dependendo do perfil e da idade) e paga valores coparticipados para fazer consultas. Dependendo do plano, os custos de consulta ficam entre 15€ e 25€.

Os impostos em Portugal são altos

Portugal tem uma das cargas tributárias mais altas da Europa, especialmente em relação ao Imposto de Renda (IRS) e às contribuições para a Segurança Social.

Entre os 38 países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Portugal é o 10º país com maior carga tributária, de acordo com as informações do relatório Taxing Wages 2022.

Em 2021, de acordo com o mesmo relatório, a carga tributária dos custos relativos ao trabalho para um casal com filhos que recebe dois salários médios ficou no percentual de 25,1%. Já para uma pessoa solteira e sem filhos, esse percentual chegou a 28%.

Em resumo, quanto maior o salário, maiores serão os impostos devidos, já que o país aplica valores progressivos sobre o montante do ganho anual dos trabalhadores.

Mais ganhos, mais impostos

No Imposto de Renda em Portugal (IRS) os impostos devidos são calculados com base em escalões, de forma progressiva. Atualmente existem 9 escalões e as taxas do imposto vão de 14,5% (para rendimento até 7.479€) a 48% (para rendimentos acima de 78.834€).

Apenas para que possa conhecer, veja como ficou a tabela do IRS com as atualizações para o ano de 2023:

Rendimento anualTaxa do IRS
Até 7.479€14,5%
De 7.479€ a 11.284€21%
De 11.284€ a 15.992€26,5%
De 15.992€ a 20.700€28,5%
De 20.700€ a 26.355€35%
De 26.355€ a 38.632€37%
De 38.632€ a 50.483€43,5%
De 50.483€ a 78.834€45%
Acima de 78.834€48%

Outros impostos

Além dos impostos sobre o trabalho, há outros impostos em Portugal, como:

  • Impostos sobre o patrimônio: Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto do Selo (IS);
  • Imposto sobre o consumo: Imposto de Valor Acrescentado (IVA);
  • Impostos sobre automóveis: Imposto Único de Circulação (IUC) e Imposto Sobre Veículos (ISV).

Bem-estar social

Mas ainda que a carga tributária seja alta, vale dizer que o governo português investe os impostos na melhoria da qualidade de vida da população.

Veja alguns exemplos: recentemente, foi aprovado um investimento de 607 milhões de euros que serão usados até 2026 para melhorias em equipamento e infraestrutura de segurança.

Já para a saúde, o orçamento de 2023 foi aumentado em 10,5%, que serão usados para contratação de profissionais em falta, ajustes salariais e melhoria de serviços de saúde.

Educação, saúde e segurança estão entre as principais áreas de atenção do governo que, atualmente, é composto pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (eleito em 2016) e pelo Primeiro-ministro António Costa, que chefia o governo de 2015. O Primeiro-ministro faz parte do Partido Socialista e o Presidente foi eleito como integrante do Partido Social Democrata.

Portugal não é um país para enriquecer

Esse é um ponto que vale prestar atenção se você está pensando em morar em Portugal. Como dissemos antes, a maioria das pessoas que decide mudar para o país faz isso pensando na qualidade de vida que vai ter.

Quando falamos em qualidade de vida, falamos sobre a segurança, sistema de saúde pública que funciona e educação pública com boa qualidade. E isso é mais do que suficiente para muita gente.

Mas Portugal não é um país de grandes salários, e de modo geral, não é um país onde se ganha muito dinheiro – embora sempre possa existir alguma exceção. Então, se você pensa em se mudar vislumbrando ficar rico, talvez Portugal não seja a melhor escolha.

Salário mínimo e médio

Em 2022, o salário mínimo em Portugal é de 705€ e, conforme dados de 2021, quase 25% da população recebe essa faixa salarial por seu trabalho.

Além disso, cerca de 75% dos trabalhadores (2,8 milhões de pessoas) recebem menos de 1000€ por mês, segundo uma matéria publicada pelo Jornal de Notícias em setembro de 2022.

Já a remuneração média apurada no segundo trimestre de 2022 ficou em 1.439€, o que representa um aumento de 3,1% conforme os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Mas o órgão alerta que, em termos reais e com base na variação do Índice de Preços ao Consumidor, isso significa uma queda de 4,6% em relação ao poder de compra.

Menos consumismo

De modo geral, os portugueses são pessoas menos consumistas. É claro que isso varia de pessoa para pessoa e também com o estilo de vida. Mas os portugueses normalmente não são tão preocupados em trocar de carro todos os anos ou em ter um carro zero quilômetro, por exemplo.

Já a casa própria é uma prioridade, até porque os valores dos aluguéis são bem altos e não há indicativos de que os preços vão baixar a curto prazo. Conforme os números oficiais, aproximadamente 74% dos portugueses têm casa própria.

Ou seja, as opções de consumo e de gastos são outras. Além da casa própria, que representa segurança, uma das coisas que é mais importante, e que boa parte dos portugueses investe, é nas férias de verão.

Praia do Algarve, em Portugal
As praias do Algarve são as preferidas para passar as férias de verão

É bem comum que as famílias façam um planejamento financeiro para garantir que vão poder aproveitar uma parte da temporada de calor em alguma das praias portuguesas. Em 2022, o orçamento médio das férias foi de 1.543€.

Em Portugal, cultura é coisa séria

No país, o incentivo à cultura é levado a sério. E o governo de Portugal tem apostado e investido mais na cultura nos últimos anos. Segundo o governo, desde 2016 o orçamento para essa área já cresceu 48%, ficando atrás somente dos investimentos em saúde.

O atual governo planeja que até o fim do mandato, 2,5% do orçamento total do país seja destinado aos investimentos no setor cultural. Para 2023, o orçamento da cultural foi aumentado em 23%, atingindo o valor total de 760,3 milhões de euros.

Além disso, existem outras medidas que também são destinadas a fortalecer o setor cultural, como o Programa de apoio sustentado às artes 2023-26. Durante esse período, estima-se um aumento de 114% no investimento feito no setor, com o objetivo de atingir o valor de 148 milhões de euros, segundo o Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

A verba do orçamento será dividida entre Artes Visuais, Música e Ópera, Dança, Teatro, Programação, Artes de Rua e Circo.

A educação pública portuguesa atende 79,6% da população

Conforme os dados oficiais (atualizados em setembro de 2022), 79,6% dos alunos portugueses estudam em instituições públicas, considerando desde a educação pré-escolar até o ensino superior (são 1.582.921 estudantes). Já os alunos matriculados no ensino privado representam apenas 20,4%, ou seja, 404.753 alunos.

Isso acontece principalmente porque o ensino público no país é de qualidade, sendo considerado um ensino de excelência e reconhecido por isso.

Outro fator que vale a pena explicar é que nas escolas públicas o ensino é gratuito, e os responsáveis pelas crianças precisam pagar apenas pela alimentação, visitas de estudo e material escolar de uso pessoal. Todo o material básico é fornecido pelo governo.

Se você tem filhos em idade escolar e pretende matriculá-los em uma escola pública, pode ficar tranquilo, pois ele terá acesso à educação de qualidade. Além disso, ele terá a oportunidade de conviver com colegas portugueses e estrangeiros de diferentes realidades e classes sociais.

Portugal não é um país de serviços

Antes de decidir definitivamente que vai mudar para Portugal, também vale a pena conhecer um pouco mais sobre o setor de serviços do país. De forma geral, em Portugal existe a cultura do “faça você mesmo”, ou seja, é bem comum que as pessoas limpem suas próprias casas, façam pequenos consertos domésticos e cortem a grama do jardim.

Serviço de empregada doméstica? Existe, claro! Mas não é muito comum, na maioria dos casos só pessoas de elevado poder aquisitivo costumam contratar esse serviço. Em geral, é comum contratar no máximo um serviço de limpeza quinzenal ou semanal para dar uma ajudinha em casa.

Tele-entrega

Outra coisa que é bem diferente do Brasil são os famosos serviços de delivery. Muitos estrangeiros estão acostumados a usar as entregas para tudo: comida, bebida, compras de farmácia e de supermercado.

Em Portugal os serviços de entrega existem (Uber Eats e Glovo, por exemplo), mas de um jeito mais “tímido”. Com a chegada da pandemia, os serviços de delivery se tornaram mais populares, mas ainda assim não são tão abrangentes e funcionam com horários limitados simplesmente porque não fazem parte da cultura portuguesa.

Quase não há serviços 24 horas

Por falar em horários limitados, vale a pena saber também que são pouquíssimos serviços que podem ser encontrados abertos fora do horário comercial.

Com exceção de algumas farmácias de plantão, é pouco provável encontrar um supermercado aberto depois das 21 horas, um posto de gasolina com horário estendido ou um restaurante que funcione depois da meia-noite.

Domingo é dia de descanso e da família e quase todo o comércio não funciona, com exceção de supermercados, restaurantes e shoppings.

O ritmo de vida em Portugal é mais devagarinho

Isso é tão verdadeiro que nós até já falamos sobre isso em um artigo sobre o ritmo de vida em Portugal. E achamos importante que quem planeja se mudar para o país conheça um pouco mais de como andam as coisas por aqui, para saber se o ritmo português faz sentido para você ou não.

Digamos que em Portugal o tempo parece outro, e particularmente apreciamos isso. Como já explicamos, os serviços 24 horas não são uma realidade e os domingos são reservados ao descanso e ao tempo com a família.

Os serviços públicos têm seus prazos mais lentos, muitas vezes é preciso esperar semanas por um agendamento, pegar uma fila ou aguardar uma carta oficial em casa.

O trabalho não é tudo

Além disso, em geral, as pessoas não vivem para trabalhar. Trabalham porque é preciso, claro. Mas a vida é mais do que isso, é feita para viver, passar tempo com a família e amigos e viajar.

Portanto, se você vem de cidades grandes do Brasil ou ama o ritmo de uma grande metrópole, repense se Portugal é mesmo para você. Até Lisboa, a capital do país, tem um ritmo mais suave.

Se quiser mesmo vir, ótimo. Mas saiba que vai ser preciso se adaptar ao ritmo do país!

População conservadora ou progressista?

Podemos dizer que a população portuguesa é dividida, encontramos movimentos, ideais e pessoas conservadoras e progressistas por aqui.

Vale destacar que o país tem alguns avanços que foram inclusive apoiados pela população. O aborto, por exemplo, é permitido desde 2007 para qualquer situação. A decisão passou por votação popular e foi aprovada por 59,25% dos cidadãos.

O consumo de drogas é ilegal, mas não é crime. Desde 2001, a compra, posse e consumo de drogas não é criminalizada. Com isso, os usuários de drogas são vistos como pessoas que precisam de apoio e tratamento para terem uma vida livre de dependência, e não como criminosos.

Casal de mulheres
Muitos direitos da população LGBTQIA+ são garantidos em Portugal

Já o casamento entre homossexuais é uma realidade desde 2010 e a adoção de crianças por casais homoafetivos é permitida desde 2016. Portugal é um país que fez muitos avanços na proteção da população LGBTQIA+ nos últimos anos.

A eutanásia, a morte medicamente assistida, tem sido muito discutida no país nos últimos anos e os debates são calorosos – mas não é permitida. A pauta já passou pelo Parlamento algumas vezes, mas até o momento não foi aprovada porque não existe consenso sobre o assunto.

Portugal também tem lutado contra a discriminação e o racismo, situações que ainda são uma realidade bem presente no país em algumas situações. Em 2022, o governo criou o Plano Nacional de Combate ao Racismo e à Discriminação para atuar na recolha de dados e fazer intervenções na educação, segurança, saúde, emprego, moradia e justiça.

O Portugal é o país para você? Então fale com nossos consultores e descubra como tornar possível o sonho de morar no país!

Artigo originalmente publicado no site parceiro Euro Dicas.

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Autor:

Atlantic Bridge

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