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Ouro, Pedras Preciosas e Filigrana Portuguesa: Conheça a sua História

10 de Agosto, 2023

Ouro, Pedras Preciosas e Filigrana Portuguesa: Conheça a sua História

Leitura: 10 min

A filigrana portuguesa, assim como a joalheria lusa como um todo, espelha a história e cultura do país, enaltecendo a arte, a beleza e a originalidade. As joias de ouro portuguesas são globalmente aclamadas pela sua excelência, encarnando o patrimônio cultural e artístico da nação. Um exemplo é a distinção da técnica da filigrana como patrimônio imaterial da humanidade pela UNESCO desde 2019, um testemunho de sua natureza artesanal singular. Portugal destaca-se ainda pelo uso de ouro 19.2 quilates. Este supera em qualidade o ouro convencional de 18 quilates.

Nesse artigo iremos contar algumas curiosidades sobre a joalheria portuguesa (ou joalharia, como dizem em Portugal). Vamos contar a sua história e utilização em romarias religiosas e tradicionais do país. Descubra também como Portugal celebra seu patrimônio cultural em peças contemporâneas através do trabalho de joalheiros atuais. E por fim, conheça a Festa da Nossa Senhora da Agonia, a mais tradicional celebração ao ouro de Portugal, que acontece todos os anos, no mês de agosto, em Viana do Castelo.

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História da Joalheira Portuguesa

A tradição joalheira em Portugal tem suas raízes na época dos descobrimentos. Durante essa era, a riqueza trazida pelas rotas comerciais portuguesas permitiu a criação de uma classe nobre que valorizava a ostentação de joias como símbolo de status e poder. Era comum importar joias e objetos de luxo de outros territórios, sobretudo do Oriente e da Inglaterra.

Século XVII

Já no século XVII a joalheria portuguesa se divide em duas fases distintas. A primeira, até os anos 1640 , pode ser caracterizada como uma extensão do estilo renascentista, evidenciando obras de joalharia em policromia, seja nas gemas ou nos esmaltes. Na segunda fase, destaca-se a presença de peças com diamantes lapidados em rosa, adornados em ouro e prata, assim como esmeraldas, rubis e safiras. Entre as joias masculinas, as plumas se destacavam como ornamentos para chapéus, frequentemente enriquecidas com pedras preciosas. Os chapéus também apresentavam o “sentilho“, uma pequena cadeia que enfeitava a copa (composto por uma biqueira, passador ou cadeia e fivela de fecho).

Além disso, os anéis foram amplamente usados tanto por homens quanto por mulheres. Variavam em materiais: diamantes, rubis tradicionais, safiras, esmeraldas e até jacintos, cristais, miniaturas, águas-marinhas, olhos-de-gato, turquesa e coral. Destaca-se ainda nessa época o apreço pela tradição renascentista com os camafeus.

Século XVIII

No século XVIII, a tradição joalheira portuguesa atingiu o seu apogeu, com o surgimento de escolas de joalheria em Lisboa e no Porto. O período Barroco influenciou a criação de adereços exuberantes, com motivos ornamentados inspirados na natureza, temas religiosos e grandiosidade. A produção de joias continuou a se expandir durante o século XIX, com a introdução de novas técnicas e materiais, como o filigrana e o esmalte, bastante utilizados até hoje.

Séculos XIX e XX

No século XIX, a Revolução Industrial trouxe tecnologias modernas, impactando as técnicas de produção. Além disso, eventos históricos como o reinado da Rainha Maria II influenciaram a estética das peças, evoluindo para um equilíbrio entre a tradição real e os estilos contemporâneos.

No século XX, o cenário da joalharia em Portugal abraçou uma harmoniosa mistura de tradição e inovação. Escolas modernas de joalharia surgiram, nutrindo uma nova geração de artesãos que se inspiravam na rica história do país e nas tendências globais contemporâneas. A busca pela personalização, juntamente com a revitalização de técnicas antigas como a filigrana, reflete uma renovada apreciação pela herança, ao mesmo tempo que responde às demandas modernas.


Conheça também os destaques premiados da gastronomia portuguesa

Filigrana Portuguesa: Conheça sua Origem

A filigrana é uma técnica de ourivesaria que consiste em criar padrões delicados e intrincados a partir de fios de metal torcidos e entrelaçados, que são soldados juntos para formar desenhos complexos e detalhados.

A técnica é utilizada desde a Antiguidade Greco-Romana. No entanto foi aprimorada em Portugal ao longo dos séculos, com a introdução de novas aplicações e materiais, sobretudo no extremo norte do país, nas cidades de Gondomar e Viana do Castelo. Hoje, a filigrana portuguesa é reconhecida mundialmente como uma das mais sofisticadas e refinadas técnicas da joalheria nacional e símbolo de Portugal. Muitos joalheiros portugueses continuam a utilizá-la em suas criações, mantendo viva esta tradição.

Antigamente eram feitas somente em Ouro, porém hoje em dia usa-se muito a prata folheada a ouro, diminuindo cerca de 20 vezes o valor da peça e popularizando-a ainda mais.

A popularidade da filigrana portuguesa também tem sido impulsionada por personalidades do mundo da moda e do entretenimento, que utilizam a técnica em suas criações ou que são frequentemente vistas usando joias de filigrana portuguesa. É o caso da atriz de Hollywood Sharon Stone que foi fotografada algumas vezes usando o seu “Coração de Viana em Filigrana”.

Sharon Stone exibe seu coração de Viana, em Filigrana Portuguesa

Coração de Viana do Castelo

O Coração de Viana é um modelo icônico de filigrana portuguesa, conhecido por sua reprodução de um coração virado para o lado esquerdo com detalhes rendados em seu interior. Esse modelo é uma homenagem ao Sagrado Coração de Jesus.

Contas de Viana

Já as Contas de Viana, são pequenas bolas ornamentadas com enfeites de filigrana portuguesa que dão origem a joias eternas que passam de geração em geração. Devido à sua leveza e construção oca, as Contas de Viana eram mais económicas e rapidamente se tornaram na jóia mais popular do Ouro Popular Português. As jovens compravam as contas uma a uma, com o dinheiro que conseguiam juntar do seu trabalho. As contas eram colocadas num fio de lã ajustável com um pompom atrás; uma coleção que crescia ao longo dos anos.

Brincos da Rainha

Os brincos da rainha são outro modelo clássico, inspirado nos brincos usados pela Rainha D. Maria II (1819-1853) durante uma visita à cidade de Viana do Castelo. A partir de então, as senhoras fidalgas da época passaram a usar o mesmo modelo, não só pela sua beleza mas também para demonstrar o seu status e riqueza. Até hoje, mulheres poderosas ostentam a peça, como a princesa Mary, da Dinamarca e a rainha Letizia, da Espanha.

Mary, da Dinamarca e a rainha Letizia, da Espanha

Festa da Agonia: Ouro vai à rua em Portugal!

Um dos mais belos e ricos cenários da tradição popular portuguesa pode ser contemplado durante a
Romaria da Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo
. A Festa da Agonia costuma durar 4 dias, no mês de agosto. O ponto alto da romaria acontece no Desfile da Mordomia, a maior vitrine ao ar livre de trajes e ouro do país, onde cerca de 600 participantes mostram o orgulho por envergar os trajes tradicionais de Viana e usar todo o ouro da família. A ostentação é tamanha que existe todo um esquema de segurança preparado pela polícia local durante os dias de festa. As fotos falam por si…

Os adereços dourados aparecem no pescoço, nas orelhas, ou nos braços, ou em acessórios conhecidos como “peitilhos”, uma espécie de babete (babador) de tecido onde se coze todo o ouro que se quer exibir. O brinco à rainha é o adorno de orelhas mais usado na festa.

Festa da Agonia: Mordomas exibem ouro familiar.

Pedras Brasileiras na Joias Portuguesa

Quem já visitou uma exposição de joias portuguesas pertencentes à nobreza e a ricos comerciantes portugueses certamente reparou na grande quantidade de pedras preciosas e semipreciososas, usadas nas criações.

Durante a colonização do Brasil pelos portugueses, diversas pedras preciosas foram descobertas no território, incluindo diamantes, esmeraldas, rubis e safiras. A partir do século XVIII, Portugal se tornou um dos principais centros de comércio de pedras preciosas no mundo, recebendo uma grande quantidade de pedras brasileiras que eram lapidadas e transformadas em joias na cidade do Porto.

As pedras brasileiras são altamente valorizadas na joalheria portuguesa até hoje, e muitos designers e joalheiros portugueses utilizam essas pedras em suas criações, combinando a beleza das pedras brasileiras com a técnica e o design refinados da joalheria portuguesa.

Recomendamos uma visita ao Museu Marta Ortigão, no Porto, que reúne uma coleção de cerca de 300 peças de finais do século XVII ao século XX, que pertenciam à sobrinha materna das pintoras portuguesas Aurélia de Souza e Sofia de Souza.

Jóia com Pedras Brasileiras exibida no Museu Marta Ortigão

Relação entre Religião e Ouro em Portugal

Não podemos deixar de mencionar a forte relação entre a religião católica e a ornamentação com ouro em manifestações religiosas em Portugal. O ouro é usado para enfeitar imagens sacras, andores, participantes em procissões e figurantes, tendo sido comum até meados do século XX que as mulheres que seguiam atrás dos andores estivessem carregadas de ouro (como as mordomas da Festa da Agonia).

Além disso, é possível encontrar belos trabalhos de ouro em peças litúrgicas presentes em museus sacros do país.

Portugal também possui várias igrejas com paredes ricamente ornamentadas em ouro, como é o caso das Igrejas de São Francisco e de Santa Clara, no Porto, e a Igreja de Madre de Deus, em Lisboa.

Ouro cobre as paredes da igreja de Santa Clara, no Porto

Carlton Jewellery – Tradição e Modernidade

A Carlton Jewellery é uma marca de joias sediada em Coimbra que une a tradição e a cultura Portuguesa com a arte da joalheria. Fundada em 2016 pelo joalheiro português Carlos Góis, a marca sempre se destacou por suas coleções de alta qualidade, que são uma verdadeira celebração à cultura Portuguesa.

A coleção de anéis de noivado da Carlton Jewellery é uma homenagem aos magníficos palácios portugueses, repletos de beleza e romance. Cada modelo está inspirado em dessas construções:

  • Vidago Palace, que nos transporta para a Belle Époque com seu estilo Art Noveau e águas termais reais.
  • Quinta das Lágrimas, com seus jardins exuberantes, é uma lembrança da história de amor de Pedro e Inês e dos poemas de Luís de Camões.
  • Palácio de Sant’Anna, com sua arquitetura neoclássica e exóticos jardins subtropicais, oferece uma sensação de elegância e encanto aos anéis.
  • Palácio de Estói combina estilos barroco, rococó, neoclássico e romântico.
  • Palácio das Cardosas representa a nobreza do Porto.
  • Palácio da Brejoeira, com seu estilo neoclássico e ligações ao vinho Alvarinho, traz um toque de tradição e refinamento aos anéis.
  • Quinta da Regaleira, com sua mistura de estilos arquitetônicos e jardins misteriosos, confere uma atmosfera mágica e enigmática.
  • Palácio de Seteais, com sua arquitetura neoclássica e vista para o Atlântico, é uma expressão de grandiosidade e imponência.

Linha Lifestyle: Lisbon e Leaf

Já a linha lifestyle da Carlton Jewellery, reúne através das coleções Lisbon e Leaf, ambas ligadas à cultura portuguesa. A coleção Lisbon é uma homenagem à rica herança cultural da capital. Cada peça é habilmente projetada para capturar a essência da beleza e história de Lisboa. Os detalhes intrincados e a elegância das peças refletem a arquitetura icônica lisboeta. OS azulejos são aqui representados pelo efeito de esmalte utilizado nas peças , que carregam em si a atmosfera vibrante da cidade. Se você busca joias que expressem sofisticação e significado cultural, a coleção Lisbon da Carlton Jewellery é uma escolha notável.

Por outro lado, a coleção Leaf é uma celebração da natureza e sua beleza intemporal. Inspirada na majestosa simplicidade das folhas, cada peça é uma representação artística da harmonia natural. A delicadeza dos desenhos foliares e a atenção aos detalhes fazem dessas joias uma expressão elegante da conexão entre a humanidade e a mãe natureza. Se você busca peças que exalem serenidade e um toque orgânico, a coleção Leaf da Carlton Jewellery certamente irá cativar os amantes da natureza e da arte em joalheria.

Para quem busca exclusividade e descrição, a Carlton Jewellery oferece um serviço de atendimento customizado, inclusive online. Através de uma vídeo chamada ou de visita presencial, será possível, não só conhecer as peças das coleções mencionadas acima, como encomendar joias exclusivas e feitas sob medida, com a garantia de que sua peça não será replicada para mais ninguém.

Clientes da Atlantic Bridge tem atendimento preferencial e personalizado, com horário alargado. Basta enviar email para c.gois@carltonjewellery e informar que é cliente da Atlantic Bridge para agendar sua visita ou video chamada.

A Atlantic Bridge, através da Atlantic Lovers é parceira da joalheria e recomenda suas coleções à todos que buscam produtos com originalidade e excepcional qualidade.

Lisbon Collection by Carlton Jewellery

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Autor:

Atlantic Bridge

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